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terça-feira, 19 de agosto de 2014

O FAZ DE CONTA ELEITORAL por Celson Bianchi

Ao receber o convite para escrever na Revista Tendências e Negócios, o que muito me honrou, levei alguns dias para definir o que trazer à Você leitor, que não fosse a mesmice de falar que as eleições começaram, traçar o perfil dos candidatos, ou mesmo dar uma de pitonisa para registrar o possível vencedor.

Cá com os meus botões, achei que Você merecesse algo mais, Daí manter a mesma linha do que faço no programa de TV do mesmo nome – Tendências e Negócios – para tratar dos bastidores da corrida eleitoral e da incapacidade da fiscalização da justiça e do ministério público eleitoral em combater o caixa dois e o abuso de quem detêm a máquina eleitoral.

Sim porque em Brasília de 4 em 4 anos e no restante do Brasil a cada 2 anos, pois aqui não tem eleição municipal, nos vemos diante de um faz de conta. Não é à toa que na história descrita pelo Supremo Tribunal Federal em torno do mensalão recentemente julgado pela mais alta corte do país, a tentativa de fazer daquela dinheirama um mero caixa dois eleitoral foi por terra.

Evidente que a história se repete, e o que mais assusta é a incompetência de se coibir estas práticas, o que torna a eleição brasileira a segunda oficialmente, ou talvez a primeira no câmbio negro em todo mundo.

E porque será tão difícil de coibir estas práticas. Temos menos de um dezena de candidatos a presidência da República. O QUE SE REPETE EM QUANTITATIVOS NOS CANDIDATOS AO GOVERNO E AO SENADO. Um fiscal em cada comitê e atenção nas pessoas que circulam por lá, para se ter controle mínimo de material e pessoal contratado. Obrigar a apresentação dos contratos de marketing e propaganda, acabando com os Marcos Valérios, Dudas Mendonças e outros que ganham milhões, até com depósitos no estrangeiro. Baratearia o custo e impediria o calote, sim muitas vezes esta turma tem que receber na justiça. Exemplos não falta em partidos que estejam no governo e na oposição, que deixaram de pagar suas dívidas eleitorais. Pior então quando se perde a eleição. Quando se ganha a festa é com o nosso dinheiro.

Encontros com empresários tinham que ser registrados, tais como a agenda de pessoas públicas. As doações de pessoas jurídicas e de pessoas físicas acima de determinado valor informados em tempo real, até para que o eleitor saiba. Contratos de pessoal informados mensalmente e conferidos, tanto os recolhimentos fiscais, quanto o pagamento, com identificação das pessoas. Assim quem já trabalha não poderia se dar bem novamente com uma boquinha eleitoral. Fecharia a porta de profissionais de muitos setores contratados clandestinamente.

Um grande amigo, atento observador e antigo participante das arenas eleitorais pelo Brasil, me diz: “Basta acompanhar os majoritários, os com mandato, os que tem ligação com segmentos religiosos, os ligados a sindicatos e corporações, além dos que tem patrimônio acima da média nacional e já se terá um grande controle.” E qual a razão da justiça e do ministério público eleitoral não atentarem para isto? Esta é a pergunta que deixo para Vocês. Afinal basta ver na declaração de gasto dos candidatos e conferir como está o bloco dele na rua, para se ter a nítida noção do quanto tá rolando de dinheiro na campanha.

Numa eleição morna como esta nossa, onde o ziriguidum vai começar mesmo em agosto, seria pra lá de salutar que a disputa eleitoral desejada como limpa fosse também monitorada, com a competência de uma justiça eleitoral pra lá de cara e a determinação de quem quer deixar o faz de conta e deseja, pelo bem da democracia, levar um choque de realidade. Facim, facim, como diz minha filha. É só querer. Até a próxima, Celson Bianchi - A Voz da Verdade.

Fonte: A VOZ DA VERDADE - Por Celson Bianchi.

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